sábado, novembro 10, 2007

Direitos dos Animais

Se há uma coisa que mexe com os meus nervos são aquelas cartas do leitor que periodicamente saem no DN em defesa de um cão que foi abandonado, do gato que foi crucificado e do peixinho dourado que foi alvo de calúnias.
Nunca fui do género de pessoa que trata mal os animais (isto se esquecermos o montão de mosquitos que morreram queimados nas lâmpadas da minha mesa de cabeceira, das lagartixas imoladas dentro de latas de tintas Cin, dos gafanhotos amputados e que mesmo assim fugiam a 1 pata de mim como o Diabo foge da Madre Teresa de Calcutá), nem sou “fundamentalista pró-animal”, nem ambas as duas e muito antes pelo contrário.
Nunca percebi muito bem como é que é aquela coisa dos “Direitos dos Animais”. Os gajos têm que os defenda? E quem os paga? Como é que se submete uma lampreia a um detector de mentiras? Uma iguana apresenta queixa no tribunal; existem tradutores de iguanês? Não estaria envolvido num caso amoroso com uma ostra, quem elaborou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais?
Dei até ao trabalho de analisar a dita declaração e, de seguida, vou contra-argumentar alguns dos artigos que a compõem.

ARTIGO 1:
Todos os animais nascem iguais diante da vida, e têm o mesmo direito à existência.
(Balelas. Já vi ninhadas de gatos em que nenhum deles era idêntico e como eram muitos para uma só ninhada eram metidos num saco e transformados em instrumento acústico que emitia um som muito parecido oboé)

ARTIGO 3:
b) Se a morte de um animal é necessária, ela deve ser instantânea, sem dor ou angústia.

(Quero saber como? Só se quiserem matar vacas cargas explosivas de 100 toneladas. Só que nunca mais provaríamos um bom naco de carne com mais de 25 gr)

ARTIGO 6:
a) Cada animal que o homem escolher para companheiro tem o direito a uma duração de vida conforme sua longevidade natural.
(A morte da profissão veterinário. Imaginem que um porquinho-da-índia apanha pé-de-atleta nos balneários de uma piscina pública. A doença evolui e começa a gangrenar e a atingir 85% do seu organismo. Deixaremos o pobre animal numa agonia papal só para que este cumpra a “duração de vida conforme a sua longevidade natural”?)

ARTIGO 7:
Cada animal que trabalha tem o direito a uma razoável limitação de tempo e intensidade de trabalho, e a uma alimentação adequada e ao repouso.
(Já agora: Descontos no IRS, décimo terceiro mês, seguro de deslocação, reforma, uma casa em Miami…)